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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pérolas dos alunos 2013 - Compilação

Eu tinha acabado de tomar um pé na bunda do carinha do outro post e meu aluno mais valentão, mais ogrinho, percebeu que meu humor estava qualquer nota.

- Tia, você tá doente?
- Não.
- Então você tá triste??

Antes que eu respondesse, ele segura minha mão, como que querendo me consolar (esse é o maximo de carinho a que ele se permite).
Tem como não morrer de amor?

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Ensinei ao aluno ogrinho que ele pode dizer coisas bonitas pras pessoas (pra mim, no caso). Coisas como "seu cabelo está bonito", " você tá cheirosa", "sua roupa é maneira"...
Dae que um dia desses ele tava todo de grudinho e pedi pra me falar uma coisa bonita. A criança me olha de alto a baixo, procurando algo pra elogiar. Pelo visto não achou nada interessante e fala, como prêmio de consolação:
- Te amo.


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CRÍTICO DE ARTE

A professora, querendo ilustrar o que está falando, desenha um sol com os familiares risquinhos de raio em toda a volta.
Aluno observador está ali pra corrigir:

- Tia, esse sol tá errado. Não tem isso ae nele não.
- Tem sim, são os raios de luz.

Ele me chama do lado de fora da sala, e aponta, pra me mostrar o astro rei em todo o seu esplendor.
- Tem não. Ó lá.


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Tiro meu livro (Insurgente) da mochila e ponho na minha mesa. Aluno ogrinho olha pro desenho da capa, cutuca o colega e solta:

- Ó lá, a tia tá lendo um livro DO MAL!!



Dae que terminei esse e pego "A marca de Atena". Aluno vê a capa e:

- Ô tia, você só lê livro do mal????

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Ato I:
Aluno estressando o juízo, sentado pra refletir sobre o que fez de errado, batendo com o cavalo-balanço no chão. A professora afasta o brinquedo.
Ato II:
Aluno pede a colega que traga o brinquedo de volta. A professora direciona o brinquedo e empurra com mais força. Sem nenhum obstáculo a frente, o cavalo vai bem longe.
Ato III:
Aluno, com ar muito maroto, rindo e APLAUDINDO, diz: "caraca, maluco, a tia empurrou lonjão. Mó maneiro!!"
Todos riem.
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Canto Elis Regina pros alunos. Eles
( ) se emocionam.
( ) não dão atenção.
( ) riem.
(X) riem de se jogar no chão, debochando da música e da professora.
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 Pintei o cabelo  e a pele ainda estava manchada. Aluna vai mexer nele, vê tudo vermelho, me olha com olhar de preocupação e:
- Tiiiiaaaaaaa, sua cabeça tá toda machucada de sangue!!!!!

A origem dos alimentos

Tô eu conversando com os alunos, quando uma aluna diz que é piranha.
Girei nos calcanhares, apavorada com a afirmativa dela, e perguntei:

- Ué, tu virou peixe e vai morar no rio, comendo carne de boi???
- Ekaaaaaa, carne de boi não! Então não sou mais piranha. Carne de boi.. que nojo.
- E a carne que você come no almoço, vem de onde?
- Vem da cozinha, diz um deles.
- Não, ela vem do mercado! Diz outro.
- Mas ela aparece no mercado, do nada? Pergunto eu.
- Não, tia. Tem uma kombi que leva pra lá.
- A carne vem do CARNEIRO, afirma outro.
- Uhm, tá.. E o leite? Pergunto eu.
- Ué, vem da mamãe!!!

Risada infinita da professora.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pérolas dos alunos 2012 #1

Chego de calça jeans na escola. Minha aluna olha aquela cena incomum e sai falando:
-Ô tia, tá muito calor pra você usar calça. Vai colocar um vestido AGORA!

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A mulecada está toda dormindo (ou eu achei que sim) e eu vou sorrateira no armário pegar meu micro-pote de doce de leite pra comer em paz.
Aluno acorda, me olha com a cara mais marota e diz:
- Eu bem vi você comendo tinta!!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O dia em que chorei contando histórias

Guilherme Augusto Araújo Fernandes

Guarde este nome que já vou chegar nele.
Um dia, fui ler uma história para a turma e escolhi um livro qualquer. Julguei pela capa, é verdade (crianças, não façam isso, ok?). Eles pediram tanto para contar uma história que fui na biblioteca, peguei um livro aleatório e voltei pra sala.
O livro era tão bonitinho. Os desenhos não eram lá tão elaborados, mas eram fofinhos.


Então, lá fui eu. Sentamos, cantamos a musiquinha do silêncio e a professora começou a contar a história do Guilherme Augusto Araújo Fernandes.

"Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim.

Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá.
Ele gostava da Sra. Silvano que tocava piano.
Ele ouvia as histórias arrepiantes que lhe contava o Sr. Cervantes.
Ele brincava com o Sr. Valdemar que adorava remar.
Ajudava a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
E admirava o Sr. Possante que tinha voz de gigante.

Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele."

Pô, bonitinho, né. As crianças estão se amarrando. Legal! Vambora continuar.

" Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos.

Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia.
- Coitada da velhinha - disse sua mãe.
- Por que ela é coitada? - perguntou Guilherme Augusto.
- Porque ela perdeu a memória - respondeu seu pai.
- Também, não é para menos - disse sua mãe. - Afinal, ela já tem noventa e seis anos.
- O que é memória? - perguntou Guilherme Augusto.
Ele vivia fazendo perguntas.
- É algo de que você se lembre - respondeu o pai."

Bah... logo uma história sobre velhinhos com Alzheimer, logo quando estou vendo minha vóvs triste por estar perdendo a memória dela.. Mas vambora. As crianças ficarem quietas com uma história é realmente um milagre, então deixa eu terminar.

"Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano.

- O que é memória? - perguntou.
- Algo quente, meu filho, algo quente.
Ele procurou o Sr. Cervantes que lhe contava histórias arrepiantes.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo.
Ele procurou o Sr. Valdemar que adorava remar.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar.
Ele procurou a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir.
Ele procurou o Sr. Possante que tinha voz de gigante.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro."

E foi então que a professora maluquinha aqui começou a sentir algo estranho... Tipo uma emoção mais forte, sabe?

"Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas.

Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta.
Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também.
Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas.
Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha."

E já tinham lágrimas nos meus olhos, mas ainda davam pra disfarçar. As crianças já me olhavam meio de lado, como que pensando que a professora era perturbada, mas eles não tinham muita certeza disso.


"Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta.
Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia.
E então ela começou a se lembrar.
Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia.
Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar.
Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou.
Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau.
Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado.
E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim."

E não deu mais pra me conter. Eu chorei. Claro que não sentei no chão e banquei o bezerro desmamado. Mas as lágrimas furtivas acharam de sair com mais volume, e tive que parar num momento ou outro pra secar os olhos, porque estava difícil enxergar. E as crianças me olhando com uma cara estranha, preocupadas porque a tia tava chorando.

Ah, gente, é que eu finjo que não, mas sou emotiva pra caramba. Nem vou dar crédito para a TPM dessa vez. Mas é que velhinhos e crianças mexem comigo de uma forma que vcs não imaginam. Além disso, minha vóvs fofa-linda-querida-amada-salve-salve tá sofrendo disso, meu pai já tem sintomas, então sei como é ver alguém que você ama deixar de ser ela. E ler uma coisa tão fofa, tão delicada assim sobre isso me deixou mole.

É, eu chorei na frente dos meus alunos e estou contando isso publicamente.
Aproveitem, porque, vocês sabem, não é sempre que mostro meu lado frágil por aqui.


Fonte:

FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1984

quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu já sabia

Nem só de mau humor é feito este blog. Então vou contar a última do meu ex aluno.
Pra chegar na casa dele, passo em frente a um bar que, como a maioria dos bares, toca músicas de gosto duvidoso. No momento em que passei tocava um pagode melacueca que acabou fixado na minha cabeça. E chego eu na casa de Tony. Quando ele abre a porta, eu canto o tal pagode (é um daqueles que diz que "você é o grande amor da minha vida"). E acontece o seguinte diálogo:

- Sabe que você é o amor da minha vida, né?
- Tia D., desculpa te dizer, mas isso não é mais novidade pra ninguém!
- Ah, não é bem assim - argumentei, querendo implicar com a criança. Poderia ser o Bruninho, o Vinícius, o Ray..
- Ora, tia, eu sempre soube que o Vinícius era mesmo o seu queridinho, tá?!
- Humpf.....

Cara, essas crianças me saíra melhor que a encomenda!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!!

Hoje acabou o estresse. Acabaram os gritos mandando Maurício parar de destruir a parede. Acabaram as brigas de Mamulengo e J.K. Acabaram as saliências de Flor.

Mas também acabaram as perguntas desconcertantes de Ton, os abraços de Mô, o olhar apaixonado de Amor Infinito. Hoje acabou um capítulo da minha vida profissional.
Minha primeira turma, meus alunos, terminou a educação infantil e saiu da escola. Eu também pedi pra sair. Corro o risco de nunca mais saber deles. Esses que me levaram a loucura, tantas vezes. Mas que também me fizeram chorar de emoção ao conseguirem pular sozinhos, se vestirem sozinhos, escreverem, lerem, responderem como eu responderia. Esses que me fizeram sorrir com suas bobeiras e respostas inusitadas, com suas flores roubadas do quintal do vizinho pra me dar, com seus desenhos coloridos e perguntas complicadas. Essas minhas onças.

A festa foi linda. Desgastante, é verdade. Deixar tudo pronto, com tanta coisa dando errado, foi realmente de surtar. E também foi emocionante. Todos foram as lágrimas: diretora, mães, convidados, alunos. Mas eu não derramei uma lágrima sequer. Estou chorando tudo agora. Agora que já acabou e eles se foram de verdade e pra sempre. Agora que estou olhando as fotos do evento, revendo o trabalho que tanto me tirou o sono nos últimos seis meses. E foi um dia lindo e que vai ficar pra sempre na minha memória.
Ah sim, porque depois de cinco longos anos sendo constantemente humilhada e tendo meu trabalho depreciado, o reconhecimento veio com pompa e circunstância. Veio pelos meus alunos, pela emoção das mães ao agraderem o trabalho excelente que foi feito com cada criança. Veio pela Secretaria de Educação e seu representante-mor. Veio por quem deveria vir. E isso compensou todo o choro, tristeza e frustração acumulados ao longo desse primeiro quinquenio.


Amor Infinito

Pequena onça e sua avó esperando a festa começar
Minha Mô, mostrando meu presente pras colegas

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Feira de Ciências

Estive abdusida em  Agosto e Setembro por conta da feira de ciências da escola.
Foi desgastante? Foi pra caramba. Mas também foi gratificante e emocionante ver as crianças dando um show na apresentação.
Nosso tema foi meios de transportes, e expliquei a eles desde a invenção da roda até o funcionamento do motor do foguete. O que mais me impressionou foi eles explicarem sozinhos o que aprenderam.

Eu, explicando como funciona o motor de um foguete
Como começa essa brincadeira? No tempo das cavernas, com a invenção da roda.

Não repara na bagunça ali na prateleira....

Primeira parada: transportes terrestres


 Bicicletas de argila
Desenhos feitos por eles
Segunda parada: transportes aquáticos

Tivemos até um barco a vapor!!!

Dobradura feita pelas crianças

Uma das pequenas criaturas explicando como funciona o barco

 Terceira e última parada: transportes aéreos

 Minhas pequenas criaturas dando um show!!




sábado, 23 de outubro de 2010

Pérolas dos Alunos - Ententendo os sentimentos

Amor Infinito conversando comigo ontem:

- Tia, por que a Atena transformou a Medusa em monstro?
- Porque ela tinha muito ciúme da Medusa.
- Ciúme?
- É. Sabe quando o Ton me abraça e senta no meu colo pra me fazer carinho e você fica com raiva e quer dar uns tapas nele e ainda me olha de cara feia?
- hahahahahahahaha. Isso é ciúme?
- É.

Paulo Freire estava certo, no fim das contas. Viu como é fácil explicar certos conceitos quando eles estão contextualizados com a realidade da criança?

sábado, 9 de outubro de 2010

Pérolas dos Alunos - Pensando no futuro

- Ô tia D., o que mesmo que você vai fazer quando não trabalhar mais aqui na escola?
- Não sei ainda.
- Quando eu crescer, vou ser um astro do rock! Já pedi pra minha mãe comprar uma guitarra vermelha pra mim.
- É mesmo, Ton? Mas, ó, pra ser um astro do rock, você tem que ter talento.
- É isso, tia D.!!! Nós temos que achar o seu talento. Eu vou procurar, tá??
- ¬¬

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pérolas rápidas dos Alunos

Explicando Renascimento aos pequenos:

- E quando Leonardo (da Vinci) era pequeno, estava acontecendo uma coisa muito interessante no mundo..
- O carnaval?!?!?!
- Hahahahahaha

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Ainda sobre Leonardo da Vinci, explicando os estudos que resultaram no Homem Vitruviano:

- Ele estava estudando sobre proporção. Então, se a gente dividir a pessoa no meio..
- Ela morre, tia.
- Hahahahahahahaha

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- Ô tia, quero te perguntar uma coisa: eu dormi ou fiquei acordado?
- Dormiu, Ton.
- Ah, então é isso..
- Isso o que?
- É só pensar em uma coisa boa e eu consigo dormir.
- E em que coisa boa você pensou?
- Em como é legal ter uma professora boa como você.
- ...........

Vou morrer de saudade dessas criaturas..

sábado, 25 de setembro de 2010

Pérolas do Ton

Falei que estou sem paciência pras pessoas, certo? Então, teoricamente, também estaria sem paciência para os alunos. Mas é que eles ainda são projetos de pessoas.. rsrs. E, atualmente, são uma das poucas coisas que me divertem de verdade.

Então vamos a eles:
Ton é um dos meus alunos. Mas ele é tão espirituoso, ele sai com cada uma, que merece uma sessão exclusiva pra ele. Veja a última que essa criatura, de apenas 5 anos, mandou pra mim:

- Tia, quando você cansar de trabalhar aqui nessa escola, onde você vai trabalhar?
- Ainda não pensei nisso, Ton. Mas vai ser em alguma coisa que me deixe rica.

Ele suspira, revira os olhos e solta a bomba:
- Tia D., você não vai ficar rica trabalhando. Pra ficar rica, você tem que ser muito esperta e sabidona.
- ¬¬

domingo, 12 de setembro de 2010

Pérolas dos Alunos (sempre eles, ainda bem)

Quando a cabeça ferve, os pensamentos queimam. Mas sempre tenho as onças. Ah, o que seria de mim sem minhas adoradas crionças???

Então que estava explicando pra eles como os aviões voam. Aerodinâmica, blá blá blá, flap, leme, wiskas saché e fiz uma gaivota pra demonstrar aquele monte de conceito estranho. Depois que terminei de usar a aeronavezinha de papel, Amor Infinito pediu pra ficar com ela. Brincou bastante, jogou pro alto, mexeu nos flaps, no leme e, de repente, teve o insight. Virou pra mim, cheio de conhecimento e disse:

- Agora já sei como os aviões voam!! É um gigante que joga ele pro alto e ele fica lá.

huahuahuahua
Tô vendo que preciso de um aeromodelo pra fazer essa criança entender direito.

Mas não foi só Infinito que me presenteou com suas pérolas.
A feira de ciências se aproxima e a gente precisa reforçar os conceitos, se assegurar se as crianças entenderam tudo e essas coisas. Num papo entre a gente, fui perguntando o que eles lembravam dos assuntos e aproveitei pra corrigir o que tinha falado sobre a invenção da roda. Eles ainda não se conformam que antigamente não havia geladeira, vídeogame ou shopping e dae surgem milhões de perguntas engraçadas.

- Ô tia, os homens das cavernas não tinham filhos?
- Tinham.
- E onde eles nasciam? No hospital?
- Na caverna.
- NA CAVERNAAA???? E como eles cortavam a barriga?????????
- Pois é, né.. Como eles cortavam?? (bom, isso é uma aula sobre meios de transportes, né mesmo? me recuso a mudar completamente de assunto! huahua)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dê asas a sua imaginação

Aquela criatura que eu chamo de meu aluno saiu com mais uma pra mim esses dias.

Ele estava brincando com Leggo e veio todo prosa me mostrar a "arma super-hidráulica" que ele tinha feito.
Eu, achando graça do "super-hidráulica", perguntei o que era isso, pra saber se o guri entendia o conceito. E então deu-se o diálogo:

- Uma arma super-hidráulica lança mísseis.
- Que tipo de míssil?
- Míssil de fogo.. de gelo.. míssil de jaula..
- De jaula?? Como é isso?
- Ora, tia, é tipo uma jaula.
- E serve pra que?
- Pra prender os adversários.
- E quem são os adversários, meu filho?? (me espanta o vocabulário desse menino!!)
 E ele, revirando os olhos com impaciência, me responde:
- Ora, tia, deixe a sua imaginação voar!!!!

Me deu as costas e foi brincar com a arma super-hidráulica disparadora de mísseis para prender os adversários (e eu ainda tô chocada com o vocabulário dele..)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pérolas dos Alunos

Mesmo quando tudo está cinza, meus alunos são minha fonte garantida de risada.

Aquela pequena criatura vira pra mim e pergunta:

- Ô tia, é verdade que os ratos morrem se comerem queijo?
- Como eu vou saber? Não sou uma rata.

Sem nem mesmo tirar os olhos do que estava fazendo, ele retruca:

- E precisa ser rata para saber? Não pode só pesquisar pra mim??????
- !!!!!!!!!!!!

Vale lembrar que essa criatura tem cinco anos só...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pérolas dos alunos 2010 - #6

Hoje resolvi colar na parede da sala de aula uma cesta em miniatura de basquete que tenho ha quase dez anos. Tinha certeza que as pequenas criaturas iam adorar.
Como boa professora, primeiro a gente pergunta se eles sabem o que é, pra que serve e como se usa. Explicado tudo isso (por eles mesmos), fiz uma demonstração de como se faz, mas só consegui mostrar como NÃO se faz. rsrs
E então fui chamando um por um pra usar uma vez (eles estavam fazendo outra coisa e a idéia era interromper por um curto período, só pra atividade anterior não ficar maçante). Eles vinham pra o lugar onde eu estava, jogavam a bola e... erravam. Eu e Márcia - a outra louca que trabalha com a mesma turma - ríamos com eles e deles. Foi quando chegou a vez de JK. O sujeito pegou a bola, tomou distância, quicou a bola, segurou, deu os três passinhos E ENTERROU o raio da bola na cesta, cheio de ginga, tal qual um profissional da liga americana!!!

E a gente acha que eles só gostam de futebol........

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Suportando - Pérolas dos alunos - 2010 #5

Fiz uma sujeira louca na sala. E como "assim como são as pessoas, são também as criaturas", meus alunos desenvolveram mania de limpeza.
Thony ficou aflito e perguntou se podia varrer a sala pra me ajudar. Deixei ele pegar a vassourinha e então veio Kk fazer o mesmo pedido. Expliquei que Thony tinha pedido dessa vez e, portanto, ele que faria. Mas Kk é malandro toda vida e convenceu Thony de que ia "pegar a vassoura emprestada rapidinho, tá?"
De repente percebo que Thony tá andando atrás de Kk, resmungando tal qual Zé Buscapé (lembram dele??). Indago qual é a parada e ele explica o ocorrido. Numa tentativa de convencer a criança a não se importar, respondo:

- Mas, Thony, olha só: eu ainda não terminei isso aqui. Vou sujar a sala um tanto de vezes ainda e você vai ficar varrendo e varrendo e varrendo um tempão. Tem certeza de que quer pegar a vassoura de volta?

Ao que ele replica, sussurrante:

- Tia, eu posso suportar isso.


Sério mesmo?? Uma criança de cinco anos com esse vocabulário???? AFf, céus...

terça-feira, 18 de maio de 2010

São pensamentos soltos, traduzidos em palavras

- Tia, eu adoro te abraçar. E mesmo se você fosse grandona, eu ia abraçar só os seus pés! Eu te amo muito, tia D.

- Tia, a vida é dura.  Acordar cedo pra vir pra escola...


- Ô tia, o fulano brigou com o beltrano e o beltrano ia falar pra você. Mas eu falei pra ele se entender com o fulano e não perturbar você, porque você tá pintando a cortina da nossa sala.


E tem como não se apaixonar por essas criaturas?????


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pérolas dos alunos - 2010 #3

Dia das mães chegando e atividades de praxe com as crianças.
Depois do coração decorado pelas crianças, hora de guardar o trabalho.
Amor Infinito procura a pasta dele, não acha e se reporta a mim:

- Tia, que que eu faço?
- Com o seu coração? Me dá.

A criança olha a atividade, olha pro peito, olha pra mim, aponta pro próprio peito e manda:

- O daqui de dentro??????

^^

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pérolas dos alunos - 2010 #2

Amor Infinito estava furioso comigo. Chegou e não queria papo. Parece que, ao me ver na turma novamente, um ano depois, a sensação de traição do ano anterior veio a tona. Me ignorou nas primeiras horas de aula. Papo vai, papo vem, eles falaram das férias deles e eu falei da minha: "passei o mês quase todo na praia!" Lá pelo meio da conversa, uma das crianças comentou que Mauro estava na praia. Comentei que ele ia voltar igual a um pimentão, já que é branco que dói. Nisso, Infinito me olhou com superioridade e retrucou com um "olha só!! E você não é branca???"

Limitei-me a rir ainda mais.

Pérolas dos alunos - 2010

O ano letivo mal começou e aquela turma já tá inspirada.
Retorno de férias é sempre a mesma coisa: a professora, na falta de coisa melhor pra falar, quer saber o que a turma fez durante as férias. É sabido que dou aula numa comunidade da cidade, né? Logo, nem preciso dizer que as opções de diversão são sempre econômicas, certo? Beleza. Dito isto, vamos ao ocorrido.

Quando chegou a vez de Lyz falar das férias, ela disse que foi pra Cachoeiras de Macacú. Nem bem a menina acabou de dizer e Mô, com a mão na cintura e um olhar de quem acabou de ouvir uma grande falsidade ideológica ser proferida, vira para Lyz e diz: MENTIIIIIIIIIRAAAAAA!!!!!!!!! Você ficou foi no banho de mangueira com churrasco!

Limitei-me a rir.
 

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