quarta-feira, 24 de maio de 2017

A vida é efêmera. Celebre!

Sábado fiz aniversário. Adoro comemorar viajando. E dessa vez chamei minha irmã (óbvio) e duas amigas próximas e fomos pra serra de Petrópolis. Foi maravilhoso, nos divertimos, brindamos, celebramos a vida e fomos dormir felizes.
Acordamos com os gritos de desespero de uma jovem que viu sua vida ruir por causa de um acidente. Seu namorado - igualmente jovem - bebeu além da conta, perdeu a direção da moto e abriu a cabeça contra o poste. Assim. Em poucos minutos. Acabou.
Isso tem me incomodado desde então, porque a vida é isso mesmo: é nada. É estar agora e não estar daqui a pouco. É acordar sem saber se vai poder dormir neste plano. É efêmero.
E é por ser tão nada, por ser tão passageira, que cada ano passado, cada acerto, cada encontro ou reencontro deve ser celebrado. Não quero, nunca, experimentar o arrependimento daquela menina, de sentir culpa por não ter me despedido adequadamente - com amor, e não com discórdia - das pessoas que amo.
Viva. Ame. Aproveite. Celebre.
A vida é efêmera e a única certeza que temos é de que ninguém vai sair vivo dela.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Não sou obrigada a aturar.

Existe uma coisa chamada linguagem não-verbal que pouca gente conhece/percebe.
Sempre fui do grupo que percebe, mas durante muito tempo achava que era "coisa da minha cabeça", implicância, ou qualquer coisa do gênero, quando não gostava de alguém. Mas fato é que não me lembro de já ter me enganado.
Meus irmãos e os amigos mais próximos devem lembrar de eu não ir com a cara de alguém e a pessoa mostrar que era exatamente quem eu achava que era.
E por que estou falando nisso agora?
Porque tem uma galera da minha convivência que eu, no fundo - ou nem tão no fundo assim -, sempre soube que era misógino, racista, egotista, desonesto, idiota. Durante anos ignorei meu "instinto" por N razões diferentes:
"ah, a gente cresceu junto";
"É meu parente";
"Meus pais gostam tanto dessa pessoa";
"Somos da mesma igreja/escola/clube de futebol";
"É amigo do meu irmão".
Mas chega uma hora em que não há mais afinidade. Chega uma hora em que a paciência acaba e, pra não descer ao nível deles, a gente tem que cortar os laços. Porque não dá pra conviver com gente que acha tudo bem pegar mulher a força na balada. Não dá pra aceitar gente que acha tudo bem quem "dá umas porradas naquele viado ali". Não quero chamar de amiga uma pessoa que acha que tá de boas praticar bullying.
Depois de certas vivências, depois de certa idade, a gente percebe que não tem nada de produtivo nesse tipo de relação.
E, como eu não sou obrigada a aturar, vou tirando um por um da minha vida.
Então, se eu não chamar mais pra sair, se eu ignorar suas mensagens, se eu nunca mais te procurar, provavelmente você se encaixa nesse grupo de idiotas que tolerei por muito tempo, mas que não tolero mais.

Obrigada. De nada.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pérolas dos alunos 2013 - Compilação

Eu tinha acabado de tomar um pé na bunda do carinha do outro post e meu aluno mais valentão, mais ogrinho, percebeu que meu humor estava qualquer nota.

- Tia, você tá doente?
- Não.
- Então você tá triste??

Antes que eu respondesse, ele segura minha mão, como que querendo me consolar (esse é o maximo de carinho a que ele se permite).
Tem como não morrer de amor?

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Ensinei ao aluno ogrinho que ele pode dizer coisas bonitas pras pessoas (pra mim, no caso). Coisas como "seu cabelo está bonito", " você tá cheirosa", "sua roupa é maneira"...
Dae que um dia desses ele tava todo de grudinho e pedi pra me falar uma coisa bonita. A criança me olha de alto a baixo, procurando algo pra elogiar. Pelo visto não achou nada interessante e fala, como prêmio de consolação:
- Te amo.


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CRÍTICO DE ARTE

A professora, querendo ilustrar o que está falando, desenha um sol com os familiares risquinhos de raio em toda a volta.
Aluno observador está ali pra corrigir:

- Tia, esse sol tá errado. Não tem isso ae nele não.
- Tem sim, são os raios de luz.

Ele me chama do lado de fora da sala, e aponta, pra me mostrar o astro rei em todo o seu esplendor.
- Tem não. Ó lá.


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Tiro meu livro (Insurgente) da mochila e ponho na minha mesa. Aluno ogrinho olha pro desenho da capa, cutuca o colega e solta:

- Ó lá, a tia tá lendo um livro DO MAL!!



Dae que terminei esse e pego "A marca de Atena". Aluno vê a capa e:

- Ô tia, você só lê livro do mal????

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Ato I:
Aluno estressando o juízo, sentado pra refletir sobre o que fez de errado, batendo com o cavalo-balanço no chão. A professora afasta o brinquedo.
Ato II:
Aluno pede a colega que traga o brinquedo de volta. A professora direciona o brinquedo e empurra com mais força. Sem nenhum obstáculo a frente, o cavalo vai bem longe.
Ato III:
Aluno, com ar muito maroto, rindo e APLAUDINDO, diz: "caraca, maluco, a tia empurrou lonjão. Mó maneiro!!"
Todos riem.
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Canto Elis Regina pros alunos. Eles
( ) se emocionam.
( ) não dão atenção.
( ) riem.
(X) riem de se jogar no chão, debochando da música e da professora.
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 Pintei o cabelo  e a pele ainda estava manchada. Aluna vai mexer nele, vê tudo vermelho, me olha com olhar de preocupação e:
- Tiiiiaaaaaaa, sua cabeça tá toda machucada de sangue!!!!!

A origem dos alimentos

Tô eu conversando com os alunos, quando uma aluna diz que é piranha.
Girei nos calcanhares, apavorada com a afirmativa dela, e perguntei:

- Ué, tu virou peixe e vai morar no rio, comendo carne de boi???
- Ekaaaaaa, carne de boi não! Então não sou mais piranha. Carne de boi.. que nojo.
- E a carne que você come no almoço, vem de onde?
- Vem da cozinha, diz um deles.
- Não, ela vem do mercado! Diz outro.
- Mas ela aparece no mercado, do nada? Pergunto eu.
- Não, tia. Tem uma kombi que leva pra lá.
- A carne vem do CARNEIRO, afirma outro.
- Uhm, tá.. E o leite? Pergunto eu.
- Ué, vem da mamãe!!!

Risada infinita da professora.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A arte de desejar e ficar frustrada ao conseguir

Em 2010 eu estava numa escola que já não me dava alegria. Tudo o que queria era que o ano acabasse, meus amores terminassem a educação infantil e eu poderia ir embora com a sensação de dever cumprido. Queria muito ir pra uma escola mais perto, onde não precisasse subir 30 minutos a pé pra chegar lá.
E consegui o que queria. Acabou o ano e fui pra outra escola. Mas a outra escola era pior que a primeira. A diretora era mais maluca, mais tirana, o espaço era infinitamente menor, os pais eram mais abusados... Foi horrível! Foi tão horrível que fiquei só seis meses e implorei pra sair daquele lugar. E consegui ir pra onde eu realmente queria, desde o começo.
A escola era linda, o bairro era lindo, as colegas professoras eram ótimas. Mas eu ainda não estava feliz. Só que era o que eu queria, então arrumei um jeito de ficar feliz, mas só consegui ficar frustrada.
O que sei é que as coisas aconteceram de um jeito que não fiquei nesta escola também. Fui pra outra, mas fui muito chateada. Não era onde eu queria estar, não era bonito, não era nada do que eu queria, mas é exatamente onde estou feliz. É verdade que demorei a perceber isso, mas estou feliz de novo com o meu trabalho.

Estou falando isso pra vocês porque preciso me lembrar de que nem sempre o que desejo é o que me deixa feliz. Às vezes (e é o que tem acontecido atualmente) quero tanto uma coisa, mas tanto, que fico frustrada depois de conseguir, porque não era bem do jeito que eu imaginei que seria.
Preciso lembrar que leva tempo até que tudo entre nos eixos e funcione direito.
E enquanto isso não acontece, bora aprender a lidar com a frustração.
 

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