terça-feira, 19 de abril de 2016

Não sou obrigada a aturar.

Existe uma coisa chamada linguagem não-verbal que pouca gente conhece/percebe.
Sempre fui do grupo que percebe, mas durante muito tempo achava que era "coisa da minha cabeça", implicância, ou qualquer coisa do gênero, quando não gostava de alguém. Mas fato é que não me lembro de já ter me enganado.
Meus irmãos e os amigos mais próximos devem lembrar de eu não ir com a cara de alguém e a pessoa mostrar que era exatamente quem eu achava que era.
E por que estou falando nisso agora?
Porque tem uma galera da minha convivência que eu, no fundo - ou nem tão no fundo assim -, sempre soube que era misógino, racista, egotista, desonesto, idiota. Durante anos ignorei meu "instinto" por N razões diferentes:
"ah, a gente cresceu junto";
"É meu parente";
"Meus pais gostam tanto dessa pessoa";
"Somos da mesma igreja/escola/clube de futebol";
"É amigo do meu irmão".
Mas chega uma hora em que não há mais afinidade. Chega uma hora em que a paciência acaba e, pra não descer ao nível deles, a gente tem que cortar os laços. Porque não dá pra conviver com gente que acha tudo bem pegar mulher a força na balada. Não dá pra aceitar gente que acha tudo bem quem "dá umas porradas naquele viado ali". Não quero chamar de amiga uma pessoa que acha que tá de boas praticar bullying.
Depois de certas vivências, depois de certa idade, a gente percebe que não tem nada de produtivo nesse tipo de relação.
E, como eu não sou obrigada a aturar, vou tirando um por um da minha vida.
Então, se eu não chamar mais pra sair, se eu ignorar suas mensagens, se eu nunca mais te procurar, provavelmente você se encaixa nesse grupo de idiotas que tolerei por muito tempo, mas que não tolero mais.

Obrigada. De nada.

3 pitacos:

Silvia Cristina disse...

Oi! Olha a gente não se conhece, mas compartilho e muito desse pensamento. Seu texto representa tudo que estou sentindo agora. Na verdade esse processo de afastamento venho aos poucos, praticando há algum tempo. É doloroso você se dar conta que um dia você admirou pessoas que no fundo eram (im)perfeitos idiotas.

Ontem, fiz uma limpeza no meu perfil, levei pra longe todos seguidores declarados ou não, de Bolsonaro. Gente desonesta que comemorava com ironias o enterro da democracia. Que apoia governo militar.

Foi um dia péssimo, não por me afastar dessas pessoas, isso foi bom pois bem como você disse, a gente sente quem é e quem ... mas é desgastante você apontar o obvio e ter deboche como resposta. Pela nossa sanidade cortar vínculo é a melhor saída...

Beijos

Ruiva disse...

Silvia, é isso. Esse tipo de faxina só faz bem pra alma. A gente vai se despedaçando pra deixar as pessoas inteiras. E o que levamos disso? Dor por afrontarmos a nós mesmas? Eu não quero mais isso pra mim. Fiz o mesmo que você: deletei todos os seguidores desse sujeito. Desde domingo tenho me sentido fisicamente mal pelo que está acontecendo no país e ainda estava sendo obrigada a ler NA MINHA TL afrontas desse grupinho fascista. E, quer saber? É libertador jogar o lixo no lixo!
Outras amizades virão. E, se tudo der certo, muito melhores que essas que foram embora.
Beijos de luz.

dilamar santos disse...

Muito bom descobrir que não estou sózinho.

 

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