quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O fruto do meu vizinho parece melhor que o meu

Um amigo me disse, durante um papo em que ele falava das dificuldades de ser um casal, que minha escolha era a mais acertada e que ele me invejava por ser solteira e fazer sempre o que quero, quando quero, com quem quero.
O que ele, e muita gente, não percebe é que essa escolha, muitas vezes, implica em solidão.
Não estou reclamando de ser solteira, não é isso, mas algumas vezes isso cansa. Em alguns momentos da vida eu quero ter alguém com quem contar. Porque, como escrevi no texto anterior, sou meio autista e tenho poucos amigos presentes na minha vida; minha mãe não é a pessoa mais carinhosa que conheço e sequer a considero amiga; meus irmãos músicos estão sempre fora da cidade. E quem me resta? Só eu mesma.
Semana passada, depois do último dia de aula das crianças, eu estava feliz com algo que aconteceu e queria - precisava - compartilhar com alguém. Mas quem? Ou na semana anterior, em que eu saí tão transtornada do trabalho que a vontade era parar na FME e pedir pra sair daquela escola naquele momento e nunca mais olhar pra cara de nenhuma daquelas pessoas. Em momentos como esse, tudo o que quero é deitar no colo de alguém e ficar ali quieta até coração e respiração voltarem ao rítmo normal. Mas quem??
Ser solteiro é super legal. Eu adoro, na verdade. Mas também é legal ser um par. Ter um par. Saber que você não está sozinho pra passar por certas coisas na vida. Ou, como diz numa das músicas de Mulan, queremos ter alguém pra quem voltar.

Quando disse isso, ele pareceu tão surpreso. É como se ele achasse que minha vida é perfeita "só porque não tem preocupação com casa e filho". Bom, como sempre digo lá no trabalho quando inventam de me punir com mais trabalho justamente por eu ser solteira, respondo que minha vida já é tão complicada que optei - até agora - por não ter mais essas duas preocupações.
No fundo, é aquilo que dizem por ae: o gramado do outro é sempre mais verde, né?

2 pitacos:

Luciana Matos disse...

Ih, menina, eu sou suspeita pra falar!
O-de-i-o ficar sozinha! Acho que desde que eu namorei pela primeira vez, aos 15 anos, eu nunca mais tive momentos longos de solteirice.
E sempre foram namoros looooooongos, porque o que eu gosto mesmo é do companheirismo, de não precisar fingir quem não é ou medir palavras. Acho que eu não nasci pra ser sozinha... Eu sou tipo aqueles pares de jarra que quando um quebra parece que tá faltando alguma coisa, sabe? rs!
Solteirice nunca me atraiu, vai ver eu sou meio carente... hahahaha
Mas é que eu preciso de pessoas por perto, sejam elas família, amores ou amigos. Acho que o que a gente leva da vida, de verdade, são os sentimentos bons que nutrimos pelas pessoas e os que elas nutrem pela gente.
Passamos pela vida repletos de materialismo e no fim das contas o que sobra é só o abstrato, aquilo que a gente guarda no coração, as lembranças...

Marcinha Witch disse...

Acompanho seu blog no mais absoluto silencio a cerca de um ano....adoro a forma que vc escreve, como consegue passar pra quem está lendo o que vc sente é lindo isso!
Mais esse post é diferente pra mim, e muito mais eu do que eu gostaria... sou uma pessoa rodeada de "amigos" porem sou sozinha até por isso tb escrevo blogs. Solidão muitas vezes é a melhor companhia quando se pensa profundamente nas conseqüências que uma companhia errada pode nos trazer.

bem estou por aqui querendo fazer amizade vou ficar muito feliz!!

A propósito Feliz ano novo!

bjus

 

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