segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

La Barca

São nove da noite e, da varanda, contemplo a Lua. Ao meu redor, pessoas conversam sobre o que fizeram durante o dia, discutem ao telefone, brigam com o filho que teima em se debruçar na grade de proteção. Todos parecem alheios a hipnotizante luz amarela que a Lua reflete.
Lembro de seis, oito anos atrás, quando meu refúgio era esta varanda. Quando a vida me derrubava, quando a rotina me tirava a serenidade, eu deixava tudo, comprava uma passagem rumo a paz de espírito e me punha a contemplar a Lua, daqui desta varanda - ou observava o reflexo das luzes na água...
Mas a vida chegou atropelando tudo e a varandinha sumiu da minha vida. Em seu lugar, só janelas estreitas. E a rotina.
Atualmente, quando a vida me atropela, me recolho dentro de mim, tentando achar algo para contemplar e lembrar que existe beleza no mundo, na vida.
E hoje, quando eu muito precisava, quando eu já tinha até esquecido da beleza, encontro meu lugar de contemplação, olhando a Lua refletindo, sentido a brisa e lembrando que existe um porto do outro lado do oceano, onde eu piso em terra firme e estou segura.

1 pitacos:

Luciana Matos disse...

O meu esconderijo pra pensar na vida era em cima da lage.
Que pobre.
hahahahahaha
beijossssssssssssss

 

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