quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Querem meu sangue

Não foi nenhuma surpresa quando a diretora anunciou que eu não iria acompanhar a minha turma. E foi menos surpresa ainda saber que quem vai assumir as onças são justamente as duas professoras que não as suportam. Por que? Porque, pelo que eu entendi, a minha capacidade como professora não é válida. Pra dona Didi, eu só sirvo para limpar fralda de bebê e agüentar choro. O "trabalho mesmo", de ensinar as "coisas da escola", eu não sei fazer. Segundo palavras da própria, eu só sei a teoria.
Claro que na hora fiquei muito irritada. Pensa só, três anos seguidos e eu só pego a turma de bebês. O Amor Infinito e a Mô, que foram meus alunos por dois anos seguidos, eram muito bebês quando entraram na escola e por isso continuaram comigo. Todas as professoras seguiram com as respectivas turmas. Exceto eu. De novo.
E ela, a Didi, ainda acha que não posso ficar puta. Ah, fiquei sim. E muito. E não venha me dizer que "é um termo muito chulo pra ser usado numa escola", porque eu estava falando com as minhas amigas, e se ela se meteu no papo, problema. Se ela soubesse o repertório de termos chulos que eu queria desferir contra ela...... Abstrai essa parte.
Então, o ponto positivo disso é que vou dividir a turma com a professora que mais gosto, que é A Mãe - aliás, minha futura vizinha. Só que até isso a pessoa planejou pra me detonar. Ah sim, porque A Mãe sai de licença maternidade em maio e volta só em dezembro. Ou seja, seis meses sozinha com uma pirralhada de 2 anos.
No primeiro ano que a criatura, tiranamente, determinou quem ficaria com qual turma, eu peguei os bebês de dois e três anos juntos, numa experiência inédita na escola, e tenho cá a impressão que ela fez com o intento de me ver falhar. Mas dei conta do recado. Neste ano que termina, ela me deixou com a funcionária mais idosa e complicada da escola, com os bebês que antes tinham dois anos e mais um aluno com NEE. E no próximo ano, eu pego de novo a turma de bebês de dois anos, dessa vez com uma professora gestante. O que eu posso concluir disso é que ela quer me ver fracassar.
MAS, ela não conta com a minha capacidade de superação. E minha competencia. E, como diz o meu querido Tony Garrido,
Meus inimigos tentam sempre me ver mal
Mas minha força é como o fogo do Sol
Pois quando pensam que eu já estou vencido
É que meu ódio não conhece perigo
Mas enquanto o sol puder brilhar...
Eu vou querer a minha chance de olhar

Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim

E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.

Então, Didi, pode esquecer esse papo de "quem não está satisfeito, que se mude", porque eu não pretendo ir a lugar algum. Assim como a ditadura militar encontrou resistência, a ditadura escolar encontra resistência também. Afinal, não é a toa que sou educadora e historiadora. E por isso incomodo tanto. O que não está bom, deve SIM ser questionado e mudado. E enquanto eu estiver ali, isso vai acontecer.

6 pitacos:

Lua disse...

Ai, Ruiva, tô triste por você e pelas onças... Mereciam mais tempo juntos. E essa mulherzinha é teu espinho na carne, que cruz!

Mas vai dar tudo certo, lembra da pipa?

Beijos

Anônimo disse...

Força na peruca, minha nêga! Roda a sua baiana e faz o seu melhor! Coloca essa mulher no chinelo!!!!!! beijos!

Mariana Martins disse...

Cara.. que vaca essa senhora. u.u

Kika disse...

É assim que se fala Ruiva!!!
Educadores já são ímbatíveis, mas a combinação com historiadora te faz ainda mais impossível! Vai lá e acaba com ela, só na sabedoria. Um dia ainda ela se envergonhará pelo que faz!!!

Beijocas!

Jullyane Teixeira disse...

Ela realmente quer o teu sangue. Mas não esquenta que o pior pra ela é ver vc se superar, como sempre faz.

Beijos!

Madame Mim disse...

Vai com fé, guria!
beijão!

 

Copyright © Histórias e Pensamentos de uma Ruiva Infinita. Template personalizado por Elaine Gaspareto Design by Volverene from Templates Block