quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Muito cacique pra pouco índio

Eu devia, neste momento, estar estudando freneticamente, mas o acontecido hoje a tarde na RP me deixou tão puta que não dá pra me concentrar nos textos (mais raiva por não conseguir me concentrar).
Dae que acabei me lembrando da minha gerente, no banco. E o pensamento foi até a gerente da NorteLeste, onde trabalhei antes do banco. Por fim, parou na diretora da primeira escola onde trabalhei.
O que essas figuras tem em comum, além de serem minhas superiores? Me odiavam. E eu não sei o motivo desse ódio. Até hoje.
As minhas relações com meus superiores eram um pouco confusas. Já devo ter mencionado aqui que tenho uma noção de justiça meio diferente do senso comum. Aliás, eu penso diferente do senso comum. "Ah, todo mundo diz isso". Eu sei. Mas há um Q de diferente em mim, que não sei explicar. Se eu acreditasse em vidas passadas, diria que eu fui Joana D'Arc, uma feiticeira da idade média ou ainda uma sacerdotiza de Ávalon.
Voltando a vaca fria, as relações nunca foram lá muito normais. Os superiores homens (que, se me lembro bem, foram Jagunço, Wally, Rei Cobra, VS, Bill, Al e Mascote), ou se tornaram grandes amigos - normalmente depois de algum quase sério aborrecimento por causa da tal mentira social que todo mundo aceita e eu condeno - ou quiseram me panhar. E neste último caso, eu fazia o que a maioria das mulheres fazem: se não chega a constituir assédio sexual, a gente finge que não entende e, quando pode, quer ou precisa, tira proveito disso. No entanto, ao contrário do que pode parecer após essa declaração, eu não me valia da minha beleza (?) pra me dar bem no trabalho. Sempre, e repito, SEMPRE me esforcei intelectualmente pra conseguir tudo o que consegui. O "aproveitar" a que me refiro, eram certas facilidades, como uma mudança de horário pra poder fazer o estágio, ou conseguir compensar uma falta em dia de prova, uma mesa mais isolada pra poder estudar enquanto não tinha nada pra fazer.. Nada que comprometesse minha integridade profissional, nem prejudicasse, de fato, alguém. Mas essas coisas eu também conseguia com os superiores amigos. Em outras palavras, sempre foi muito tranquilo trabalhar com homem.

Já as mulheres......... Acho que nesses meus 12 anos de vida profissional, só tive uma boa relação com duas superioras. E, não, eu não faço a linha encrenqueira, pistoleira, faladeira, vulgar.. Sem sacanagem. Até porque, minha teoria sempre foi que "onde se ganha o pão, não se come a carne". E por mais que eu até tenha tido uns dois envolvimentos com colegas do trabalho durante todo esse tempo, nunca me atraquei com nenhum dos dois no local de trabalho.

O que, então, levaria essas sujeitas a nutrirem um tão grande ódio de mim? Pô, posso até ser bonitinha, mas estou longe de ser uma beldade ameaçadora de território. Também não sou de fofoca ou intriga. Sempre fui meio autista pra essas coisas. Depois da faculdade, então, piorou tudo. Sabe aquele lance de "cada um no seu quadrado"? Então, por ae.
Lembro que a surtada do banco chegou a inventar coisas a meu respeito, só pra poder me punir. Caso pra terapia do abraço.
A gerente da NorteLeste.... eu suspeito que ela nutria uma paixão recolhida pelo Bill, que era meu amigo. E como ele nítidamente gostava muito de mim (tanto que anos depois a gente namorou e tudo), ela tinha raivinha por causa disso.
A diretora da primeira escola eu até entendo. O marido dela me cantava descaramente, na frente de qualquer pessoa. E eu, com 17 anos, tímida que só, não sabia como me livrar daquela situação. Até que num dia de fúria dei um fora no sujeito e pedi demissão.

E a Didi? Qual o motivo dela? Nunca fiz nada pra esse ser desprovido de luz. E mesmo assim, ela me odeia e tenta fazer da minha vida profissional um inferno. "Mania de perseguição". Não é. Já pensei nisso também. Nem sempre, mas por vezes - e acho que esse é um caso -, consigo ser imparcial com minhas próprias questões. Mas tá. Por exemplo, na RP de hoje, no único momento em que eu resolvi falar alguma coisa (e nem era pra ser contra ela, eu nem estava fazendo caras e bocas antes), ela gritou comigo (sim, gritou), me mandou calar a boca e, no momento seguinte, quando outra pessoa a cortou, ela deixou. Ou seja, o problema é comigo. Aliás, a questão toda hoje foi porque ela está criando problemas com a outra professora que trabalha comigo na sala. É que ela perguntou a M., essa semana, como está o meu trabalho (já falei que ela me acha incompetente só porque não sou casada, não tenho filho, não tenho 30 anos e não me visto como uma velha?) e quando M. me elogiou, a doida foi dizer que é só começar a trabalhar junto que já acoberta as merdas todas. Ah, cara.... Na boa, vai.
Foi a mesma Didi que, após TODO o corpo docente fazer a mesma prova pro novo concurso e SÓ EU passar (sem ter estudado NADA, enquanto geral se matava de estudar), falou que concurso não prova nada. Mas ae eu passei no vestibular pra UNI (em primeiro lugar) e ela teve que calar a boca. A mesma Didi que me largou com um aluno com NEE e deixou o circo pegar fogo, mas que bate no peito e diz que tem trinta anos de magistério (e eu rebato que só tenho três e que nem de longe tenho a prática que ela tem). Nunca fui orgulhosa lá na escola. Sempre admiti que não sei, que estou aprendendo, que preciso dela e das outras professoras pra aprender (todas elas lecionam desde sei lá quando), que é tudo muito novo pra mim, que me formei em 96 e desde então não voltei a uma sala de aula até vir trabalhar aqui.. E nunca, nunca fiz intriga.
Agora, o que eu realmente não consigo é ver ela transformar minha vida num inferno, me destratar na frente dos outros, proibir tudo o que eu costumo fazer (como colocar MPB pras crianças ouvirem, falar com eles sem infantilizar, fazer minha comida na escola quando o almoço é algo que não posso comer por conta da gastrite, almoçar junto com as crianças, ficar na cozinha rindo com as cozinheiras no meu horário de almoço), e ainda assim ficar quieta. Isso é pedir demais pra mim.
Mas, depois de ler tudo isso, alguém tem alguma idéia de por que essa mulher me odeia tanto? Eu preciso entender. E sozinha não está dando certo.
 

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