segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"Você tem o direito de permanecer em silêncio" Parte I - ou o dia em que eu seria presa

Gui se meteu a produzir shows. Mas como eram os primeiros shows, ainda, a equipe era quase toda de amadores. Eu, claro, estava na equipe. Minha função era receber os ingressos na entrada do show e, depois, supervisionar a bilheteria. Esta foi montada ao lado da entrada, com aquelas cabines de plástico e protegidas por grades de segurança. Teoricamente existiria uma equipe de segurança nos dando suporte.

Já na primeira função tive problemas. Algumas pessoas resolveram me dar carteirada. "Eu sou delegado de música", ele disse. Minha melhor cara de Barbie na caixa respondeu um "E eu com isso?" que irritou o homi. A ordem era clara: só entra quem tem ingresso. Pra entrar de graça, tem que ter ingresso de cortesia. Simples assim. E outras criaturas abusadas que, por verem uma menina de meio metro ali, tentaram tirar uma onda. Qua qua!

Então acabou o show e a grana da bilheteria estava no meu bolso. Meu e de Bê, que estava comigo nessa empreitada. O pessoal da segurança virou poeira cósmica e me deixou sem rádio pra falar com os produtores. Celular? Não dava sinal. De jeito nenhum eu deixaria ela ir sozinha chamar o produtor, ou ficar sozinha enquanto eu iria. Devíamos ficar juntas, com aquela dinheirama no bolso. Como os loucos tinham deixado alguns pertences nas cabines de bilheteria, também não era viável sair e largar tudo lá. O que fazer, então? Sentar e esperar a multidão passar, ou alguém da produção vir nos resgatar.

Eis que a multidão saía do show. E, como bons brasileiros que são, tentaram dar um jeitinho de sair mais rápido, pulando a grade de segurança que separava a multidão das cabines - e de mim. Lógico que meu jeito simpático de ser se manifestou de imediato e mandei que voltassem. Por incrível que pareça, eles voltaram. Mas, eis que do além, de onde não vem ninguém, surge quem?? Um político babaca qualquer que se achava o Trakinas mais recheado do pacote por ter sido eleito numa cidade do interior do Estado. E acha que isso é razão suficiente pra desrespeitar o que eu disse. Se eu deixasse ele passar, teria que deixar todos os outros também.

Mais que depressa levantei e fui barrar o moço.
Braço estendido, mão espalmada em sinal de "Pare" e a frase "O senhor não pode passar por aqui", dita com a melhor cara de pitbull que eu faço quando estou irritada, deviam ser suficientes. Mas ele olhou meu meio metro de baixura e achou que podia comigo.

Continua em dois dias...........

5 pitacos:

Elaine Gaspareto disse...

Reclamações para a blogueira:
Como assim?
E a minha curiosidade avassaladora e exarcebada?!
Ficarei esperando, miroendo...
Beijos, querida.

Hugo de Oliveira disse...

kkk...te desejo uma ótima semana, viu.

abraços


Hugo

Adriana Pereira disse...

Curiosidade mata!!
E eu estou morta, estendida no chão!!
Como assim "continua em dois dias..."?!?!?!?
Bjos

Nayara disse...

Ruiva, ruiva...tira essa maldade do seu coração e conta logo!!!!!!!! Ainnnnnnn.....eu parei de roer unhas e vc tá me fazendo voltar...quase!!

Bj!

Surfista disse...

Histórias em capítulos... muito bom!

 

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