sábado, 7 de novembro de 2009

Você tem o direito de permanecer em silêncio Parte III - O fim

- Eu o que???????? Tá maluco? Soco? Arranhão??

O policial desceu da viatura e me mediu inteira. Depois olhou pro cara e então me olhou novamente. Pelo protótipo de sorriso que ele tentou esconder, imagino até o que pensou. Deve ter sido algo como "tá de sacanagem que você apanhou dessa miniatura de gente". Mas ele precisava seguir o protocolo, certo?

- Identidade, por favor, senhora. Falou o policial.

- É sério isso? Estou sem minha bolsa (nem lembrava onde tinha deixado a pobre.. provavelmente, no carro, ou no hotel).

- A senhora está de carro?
- Não.
- Tem alguém de carro com a senhora? Pois vou ter que levá-la para a delegacia.
- Tá de onda, seu policial. 
- Sabe o número do seu documento?

- Ela foi muito grossa!! Me arranhou, me deu um soco! Me mandou tomar no c*!!!!!! Disse o sujeito.
-EPAAA!!! Para tudo. Sou uma professora, meu caro. Não uso esses termos baixos. No máximo eu teria dito pra você ir dar meia hora de bunda! Mas nem isso eu falei.
- ??? (é.. a piada foi inteligente demais pra ele.)

- Olha, seu guarda, ela me arranhou. E me empurrou desse jeito. E me deu um soco. Disse ele.

(juro que foi assim! Me fez até lembrar da Xiquinha, do Chaves, quando conta que apanhou de alguém)


Mas nisso a raiva voltou de maneira tal que a vontade foi realmente arranhar, dar soco e mandar tomar no c*.

Bê já estava nerva, tentando me acalmar. Quanto mais ela tentava, mais irritada eu ficava. Quase que a raiva foi direcionada para ela, tadinha.
Eram quase 2h da manhã e os policiais queriam mais era ir embora. Mas o tal vereador queria prisão e processo. E, pra isso, trouxe testemunha falsa e tudo.

MAS, ele não contava com o meu anjo da guarda, que faz hora extra e ainda é o cara! Um dos produtores é/foi político influente na tal cidade. E chegou bem na hora em que o policial anotava meus dados. Sabe como é cidade pequena, né.. Todo mundo conhece todo mundo. Assim que viram o produtor, os "polícias" sorriram e mudaram de postura comigo. E sujeito ficou desbundado (hohohoh).

Um deles me chamou na chincha e soltou:


- Olha, a namorada de sujeito é uma barraqueira de mão cheia. Além disso ela é o macho da relação. Sabe como é... manda e desmanda nele. Então ele resolveu, agora, honrar as calças que veste e mostrar que não é bem assim como ela pensa. Ele só quer tumulto. Isso não vai dar em nada. Não se preocupe.

Te dizer que aí que a raiva aumentou de vez. Se eu tivesse um gato morto por perto, batia com o gato no sujeito até ele miar (o gato, não o sujeito!!). Então ele era ainda mais covarde do que gostaria de admitir. Criar caso com uma mulher, ao invés de encarar um macho do tamanho dele. Não mereço. Ou talvez eu tenha picado cebola na tábua dos dez mandamentos.... Vai saber.

Enfim, o produtor/político colocou panos quentes na situação; o vereadorzinho queria que eu me desculpasse - coisa que me recusei a fazer, aliás; minha cunhada se irritou comigo por causa disso e eu fiquei irritada a ponto de perder a fome.

Mas não foi dessa vez que fui parar na delegacia. Segundo minha cumadre, ainda. Porque, né, a pessoa aqui é muito sem noção do perigo.

2 pitacos:

Adriana Pereira disse...

ahahahahahahahahahha
Adorei a parte do gato!!!
SE fosse comigo eu acho que tinha partido para cima do cara... minha paciência é zero, e nesses casos cai para -1.
Adoro seu blog e adorei ver vc no Urgências.
Beijos

Alessa disse...

Amiga... como eu perdi esse barraco??!!! rs... ia adorar!!!

bjs saudades....

 

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