terça-feira, 26 de maio de 2009

Número, números, números

Nossa sociedade tem verdadeira fixação por números. Já reparou?
É a cotação da Bolsa, os demitidos da fábrica de automóveis, os desabrigados pela chuva, o horário dos encontros, a nota da prova, os meses de namoro... Tudo sempre controlado pelos números, pela quantidade.
Em Paraty, a gente marcava o encontro pra "depois da chuva", por exemplo. O café era torrado logo após o Sol nascer. E as crianças precisavam estar de volta antes que o Sol descesse.

Meus alunos sabem que vão embora depois que comem a sopinha. E que a gente sempre vai brincar no pátio depois do café. Eles não sabem contar... não estão nem aí pros números. E, se duvidar, são muito mais felizes agora do que jamais serão. Essa despreocupação com os números é tão boa.. Morro de inveja.

Imagina só.. a nossa avaliação na escola seria medida por outros fatores que não uma nota estúpida, depois de fazer uma prova ainda mais estúpida.
Os tempo de namoro seria medido pelos afagos, palavras bonitas proferidas, passeios ao luar, idas ao cinema, viagens a dois..
A vida seria "contada" pelas conquistas e fracassos, pelas amizades conquistadas, pelos sorvetes tomados, pelos banhos de chuva, pelos almoços na casa da vó, pelas viagens com os primos.
Os encontros seriam marcados pra depois da chuva, ou pra antes do por-do-Sol..

Se bem que, pensando bem, os encontros podem ser marcados pelos números mesmo - com dia e hora exatos, e num lugar muito específico - porque as pessoas são muito desligadas e me fariam esperar eternamente!

1 pitacos:

Madame Mim disse...

Detesto números. Não sei nem fazer conta com vírugula.:P

 

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