quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mais uma morte

Fui surpreendida por uma notícia. Estava lá, quando abri o orkut...
Nota de falecimento: faleceu hoje a Patrícia, esposa do Samuel.

Esse tipo de notícia sempre me deixa melancólica. Por mais que a pessoa não seja íntima de meu convívio. Eu conhecia a Patrícia. E gostava muito dela. Conversávamos e ríamos muito, sempre que nos encontrávamos em algum lugar. Durante um tempo até participamos do mesmo grupo na igreja. Era daquele tipo de pessoa que se gostava de ter por perto. Sempre sorridente, positiva, bem humorada. Eu gostava dela. Mas o Samuel... ele a amava. E eu fico pensando em como será a vida dele sem ela.

Há exatamente um ano, perdi um amigo muito querido. Um infarto fulminante, aos 40 anos de idade. Ele, que freqüentava minha casa e seria padrinho do meu irmão.. Patrícia também o conhecia. Choramos juntas a morte dele. Eu e Patrícia gostávamos muito dele. Mas a G.. Ela o amava.

Quando esse tipo de notícia me chega, fico pensando no outro. Na cara metade. Na mãe. Nos filhos. Como deve ser horrível acordar e não ter ao seu lado aquela pessoa com quem você escolheu passar o resto dos seus dias. Perder uma parte de si? Não consigo mensurar o que é isso.

Na véspera do reveillon de 2002, quando chegou a notícia da morte do Fabinho, meu irmão-de-coração-ex-cunhadinho-lindo, o mundo perdeu a graça. O reveillon perdeu completamente a graça. Desde aquele ano, nunca mais consegui me divertir nessa data. Ele não está aqui comigo pra comemorar, pra ver Friends na madrugada, pra tocar pra gente cantar.. De vez em quando ainda tenho lágrimas nos olhos só de lembrar dele.

A morte é assim. Chega sem pedir licença e nos priva da convivência. Para sempre. Muito tirana, essa dona morte. Ela não pergunta se estamos preparados, nem nos dá tempo para despedidas. Simplesmente ela vem e dá a mão àquela pessoa que nos é tão querida. E a leva embora. Para sempre.

Egoísmo dos egoísmos o nosso, de lamentar a morte alheia. Patrícia sofreu muito. Essa doença maldita, que consome as forças de suas vítimas e as machuca muito, no final. Lutou bravamente por mais de três anos. Mas foi vencida. Ou deixou-se vencer, não sei. Certamente não há mais sofrimento para ela. Mas nós, que a amávamos, não queremos ficar sem ela.

Minha preocupação agora não é mais com ela. Ela está bem. Livre da dor da doença, e das preocupações, que são conseqüência da vida. Penso no Samuel, o marido que ficou sem seu amor.Lembro do casamento deles, do olhar apaixonado lançado para ela.. E agora penso na tristeza que ele está sentindo. Nada, neste momento, pode diminuir essa dor. E eu lamento muito por isso.
Farei minhas preces, para que ele se recupere logo.

E à Patrícia, que Deus a tenha.
 

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