A realidade é aquilo que o poeta Allen Ginsberg escreveu uma vez:
O peso do mundo é o amor.
Sob o fardo da solidão.
Sob o fardo da insatisfação.
Essas palavras me pareceram tão duras, mas, depois de um tempo, entendi que esse amor é o amor que nos faz criar sonhos, planos, engendrar coisas com pessoas que nem sempre estão nessa mesma disposição. Quanto mais amamos, quanto mais projetamos e dependemos do outro, mais vivemos o fardo de estarmos sozinhos nessas projeções e insatisfeitos na utopia delas.
Tenho visto o quanto as pessoas mudam seu sentido, suas propostas. Desenham uma realidade pra gente e, de repente. os castelos desabam, os sonhos se desfazem no ar. É por isso que eu sempre me imaginei como um forasteiro, um ser errante, um sujeito andarilho. Porque é mais fácil passear entre as pessoas do que projetar sonhos e ideais com elas. É claro que algumas delas nós carregamos em nossa bagagem pro resto da vida. Mas muitas se perdem, nos perdem... sei lá!
A raiz que cura essas mágoas, a meu ver, é um olhar mais profundo lá dentro da ferida. É chato, a gente encontra pus, excremento... mas, enfim, esquece o problema externo e, pelo menos, volta a olhar pra dentro da gente mesmo. Perguntar-se, por exemplo: "Isso foi mesmo uma surpresa?", "Eu já não sabia - lá no fundo - que ele ia fazer isso?", "Como eu me preparei para esse momento?", "Por que estou estranhando essa possibilidade agora, se ela já me parecia tão clara desde o início?"... e aí vem a pergunta que soma todas as dores - todos os Sujeitos... "Foram eles que me decepcionaram ou fui eu mesma que permiti toda essa fantasia e me decepcionei?".
Se não for assim, quantos Sujeitos ainda te aparecerão pela frente???
Talvez seja a pergunta mais difícil. Mas é a que mais ensina, é nela que a gente mais aprende. É nela, também, que a gente perde essa sensação de "bode expiatório do universo", de "tudo eu", de "meu mundo caiu". Quando, enfim, descobrimos o ponto-chave onde sempre erramos e onde sempre acabamos por permitir aquilo que o Guimarães Rosa dizia que não deveríamos jamais permitir ("Curtir raiva de alguém é permitir que esse alguém controle os nossos sentimentos" - dizia o cara, alertando para que jamais entreguemos nosso coração para que alguém o domine por completo)... esse é o caminho para a retomada.
Talvez seja a pergunta mais difícil. Mas é a que mais ensina, é nela que a gente mais aprende. É nela, também, que a gente perde essa sensação de "bode expiatório do universo", de "tudo eu", de "meu mundo caiu". Quando, enfim, descobrimos o ponto-chave onde sempre erramos e onde sempre acabamos por permitir aquilo que o Guimarães Rosa dizia que não deveríamos jamais permitir ("Curtir raiva de alguém é permitir que esse alguém controle os nossos sentimentos" - dizia o cara, alertando para que jamais entreguemos nosso coração para que alguém o domine por completo)... esse é o caminho para a retomada.
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